quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Oxossi

ETIMOLOGIA

O nome OXÓSSI, tem sua origem ligado à lenda africana, ao tempo em que OLÓFIN ODÙDUÀ, Rei de IFÉ, celebrava a festa da colheita dos novos inhames, sem a qual ninguém poderia comer destes alimentos.

No palácio real, todos estavam reunidos em festa, para saborearem os inhames e beber vinho de palma. De repente, um pássaro gigantesco sobrevoou o pessoal e foi pousar na trave mais alta do salão de reunião. Era um pássaro mágico, enviado pelas feticeiras, as "ELÉYE", que o utilizavam em seus nefastos trabalhos. Os participantes da festa estavam apavorados e ameaçaram fugir, quando ODÙDUÀ, mandou que mensageiros fossem em busca dos caçadores mais famosos do reino, e assim vieram:

Da Cidade de ILARÊ: OXOTADOTÁ, o caçador das 50 flechas
Da Cidade de MORÉ: OXOTOGI, o caçador das 40 flechas
Da Cidade de IDÔ: OXOTOGUN, o caçador das 20 flechas
Da Cidade de IREMÁ: OXOTOKANXOXO, o caçador de 1 só flecha.

Os três primeiros, muito seguros de si e vaidosos, gastaram todas as flechas fracassando em suas tentativas de atingirem o pássaro mágico.

Chegada a vez de OXOTOKANXOXO, a sua mãe e da qual era o único filho, havia consultado um babalaô (que através do jogo de búzios), lhe disse: " - Seu filho está a um passo da morte ou da riqueza, faça uma oferenda e a morte tornar-se á riqueza". Então ela ofereceu o sacrifício de uma galinha, colocando-a na estrada e abrindo-lhe o peito, da mesma forma como são feitas as oferendas às feiticeiras e dizendo três vezes: - Que o peito do pássaro receba esta única flecha. O pássaro havia relaxado o encanto para receber a oferenda e ficou sem proteção, instante em que a flecha de OXOTOKANXOXO o atingiu mortalmente. Então todos passaram a exclamar: OXOWUSI ! OXOWUSI ! , que traduzido quer dizer - É Popular ! É o Adorado!

Com o tempo, o termo "OXOWSI", pela tradição oral passou a ser entendido como OXÓSSI.

FATORES IMPORTANTES DO ORIXÁ
1º) De Ordem Material - Produz caça abundante e como seu irmão OGUM, protege os caçadores

2º) De Ordem Médica - Os caçadores passam grande parte do tempo na floresta e aprendem com OSSANHE, o segredo da cura pelas folhas

3º) De Ordem Social - Os caçadores descobrem novas localidades e tornam-se os senhores do lugar

4º) De Ordem Administrativa - Eram os únicos que se impunham por possuirem armas

CULTO

O culto de OXÓSSI, na África está quase extinto, porém no Brasil e em Cuba é um dos Orixás mais respeitados.

Diz-se na Bahia, que OXÓSSI, foi Rei de Ketu, este país foi saqueado e destruído pelos invasores e os iniciados em seu culto vieram para o Brasil e Cuba, vendidos como escravos. Hoje cultua-se muito mais OXÓSSI, nestes países do que no seu país originário.

DIA DA SEMANA - Quinta-Feira

CONTAS - Em Nação: Azul Esverdeado ou Azul Claro ; Na Umbanda: Verde Folha

SÍMBOLO - Arco e Flecha, em Ferro Forjado

DANÇA - Faz movimentos como se estivesse caçando, dança cadenciado como se orasse ao
som da música

COMIDA - Animais: O porco, galinha d´angola, etc, caças em geral ; Vegetais - Quase todas as frutas e sementes

HABITAT - As matas virgens

SAUDAÇÃO - OKÊ ARÔ !

SINCRETISMO - Na Bahia - São Jorge ; No Rio de Janeiro - São Sebastião ; Cuba - São Norberto

O Orixá OXÓSSI, está intimamente ligado ao Orixá OSSANHE, quanto ao domínio das folhas em seus efeitos médicos e litúrgicos.

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

Destacam-se por sua nobreza incomum. Aliam inteligência, reflexão e competência ao domínio intelectual e técnico.

São serenos no trato com pessoas e dedicam-se aos compromissos comunitários. Estas características positivas são observadas quando prevalecem a influência pura do Orixá. As características contrárias ou negativas ocorrem quando prevalecem a vontade individual (livre arbítrio).

OXÓSSI é um Orixá alegre, poderoso e respeitado por sua competência. No domínio místico pela vibratória emanada das matas, fundamento de toda a sabedoria inicial, realiza a caça pela vida e sua preservação através do domínio de argumentos racionais.

É um Orixá que protege os que buscam maior conhecimento científico, principalmente relacionado à saúde e preservação da vida. A vibratória de OXÓSSI, em qualquer ponto de atuação é exuberante e hospitaleira. As frutas oferecidas ao Orixá representam a fonte de energia vital alimentar pura, que necessitamos para percorrermos um caminho saudável durante nossa missão terrena.

Na Umbanda, este Orixá tem sob sua responsabilidade vibratória uma imensa legião de entidades (principalmente caboclos), que prestam uma tarefa caritativa inestimável às pessoas necessitadas do conforto material e espiritual. Sob a aparência humilde com que essas entidades se apresentam passa desapercebido, muitas vezes, o alto grau de espiritualidade que possuem. Seus filhos sabem que jamais serão abandonados e o terão sempre ao seu lado, indicando no sentido de sua flecha o caminho a ser seguido para o alto na busca dos planos espirituais de intensa luminosidade e paz que emana do MÉDIUM SUPREMO (JESUS DE NAZARÉ, O Nosso PAI OXALÁ)

OKÊ ARÔ !

Ogum

ETIMOLOGIA

Não encontramos registros de formação do nome "OGUM" .

Diz a lenda que era filho de ODUDUÁ, Rei da cidade de IFÉ. ODUDUÁ foi um guerreiro notável e OGUM herdou de seu pai essa característica de guerreiro insaciável e quando partia para suas conquistas não dava a mínima chance aos adversários.
Inúmeras lendas entre os Yorubás e Nagôs, apresentam sempre o Orixá como conquistador invencível e que após ter vencido todas as batalhas em que tomou parte, abaixou em seu sabre em direção ao solo, furando-o e abrindo um orifício po onde desapareceu, dizendo antes algumas palavras (que não podem ser repetidas), porque no curso de uma batalha se pronunciadas como pedido de socorro, OGUM vem imediatamente para ajudar.

É o Orixá dos ferreiros e todos que utilizam o ferro em seus trabalhos. É representado por instrumentos de ferro forjado envolvidos por franjas formada por folhas de palmeira desfiadas chamadas de Maruwô pelos Yorubanos e de Azan pelos Fons. A presença destas franjas em uma porta de entrada ou em um caminho, serve para evocar OGUM e espantar as más influências; quando colocadas mais próximas ao solo é para impedir a passagem e passar por cima das franjas é sujeitar-se à cólera do Orixá.

OGUM é o Orixá que julga, examina os problemas e dá seu parecer, fornecendo os elementos necessários para que XANGÔ, possa exercer a justiça. É o guerreiro valente, que enfrenta a luta do dia-a-dia sem receio e capaz de reverter uma derrota em vitória.

Há um estreito relacionamento de OGUM com EXÚ, que se encontram nas encruzilhadas da vida, abrindo caminhos e expurgando as vibrações negativas para que possamos nos orientar na busca da luz. E quando as situações vivenciais não nos apontam qualquer perspectiva é a OGUM que recorremos para nos livrar da adversidade.

Nas aberturas dos trabalhos rituais, após a evocação de EXÚ, a saudação se faz a OGUM. São os nossos guardiães e principais responsáveis pela segurança espiritual dos Templos.
Na Umbanda, é um Orixá muito solicitado e querido por seus filhos.Suas falanges, são imensas e trabalham abrangendo uma extensa área vibratória e dependendo da tarefa a que estão se dedicando poderão atuar junto ás matas: OGUM ROMPE-MATO; com a falange das Almas: OGUM MEGÊ; no mar: OGUM BEIRA-MAR, etc.

Sincretizado no Rio de Janeiro, com São Jorge, é muito popular e festejado no dia 23 de Abril, onde os Templos Umbandistas reverenciam o Grande Orixá até mesmo prestando honras militares. Ao alvorecer do dia 23 de Abril, o Orixá é saudado com toques de clarim em alvorada e salvas de fogos e os festejos se estendem por todo o dia.

Quando incorporado em seus filhos, possui uma coreografia toda especial, é como estivesse esgrimindo a espada numa luta simbólica com outro OGUM.

Representa a luta pela própria vida.

Seus cânticos (pontos de umbanda), têm a cadência das marchas militares e fazem a apologia das batalhas em que o Orixá, teria participado. Retratam os seus feitos guerreiros inigualáveis.

Os ILÚS (Atabaques), rufam e acompanham os cânticos dedicados ao Guerreiro Invencível, com a vibração e o ritmo dos tambores militares.

É o Orixá que tem sob sua responsabilidade a força magnética que atua no planeta Terra. O equilíbrio magnético de nosso mundo, o armazenamento desta energia nos grandes depósitos minerais com a predominância do metal ferro, a sua liberação gradual quando solicitada dos seres encarnados ou não, e todas as demais inúmeras aplicações das forças magnéticas são de atuação do Orixá OGUM.

SINCRETISMO - Com Santo Antônio, na Bahia. São Jorge, no Rio de Janeiro

DIA DA SEMANA - Terça-Feira

CONTAS - Em Nação: Azul Rei ou Verde Claro ; na Umbanda: Vermelhas

FLORES - Vermelhas (Crista de Galo)

MINERAL - Ferro

FRUTAS - Cajá; Manga; Côco, etc

COMIDA - Inhâme; Camarão seco no dendê; Inhâme cozido enfeitado com talos
de dendezeiro; Faroda de Inhâme picado com mel, etc

BEBIDAS - Em Nação: Vinho de palma; Na Umbanda: Cerveja Branca (O vinho de palma é extraído da palmeira Igi oguro)

SÍMBOLO - Espada (Adaga)

SAUDAÇÃO - OGUM HÊ ! PATAKORI OGUM

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

POSITIVAS - Quando prevalece a vibração do Orixá: São corajosos, intrépidos, ordeiros, elegantes, etc.

NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio negativo: São arrogantes, indisciplinados, ciumentos, covardes, etc.

OGUM, O Guerreiro Invencível, o Orixá protetor dos viajantes, estenda a sua vibração até nós para que possamos caminha na estrada da vida no cumprimento tranquilo de nossa tarefa cármica.

OGUM HÊ !

Xangô

ETIMOLOGIA

Para os Yorubanos: O DEUS DO TROVÃO.

Este Orixá tem uma grande atuação vibratória sobre os grandes depósitos graniticos de nosso planeta e fenômenos estratosféricos (raios, relâmpagos, trovões, etc).

Outro nome atribuído a XANGÔ na África é OBÁ KOSSÔ, ou seja o Rei de Kossô. Porém era originário da cidade de Oyo e foi o quarto filho de ORANIAM (Rei legendário e guerreiro de Oyo).
O título de OBÁ KOSSÔ, se deve à dedicação de XANGÔ pela cidade que tinha o nome de Kossô e pela qual, realizou extraordinários trabalhos para o desenvolvimento daquela comunidade e foi aclamado Rei.

É o Senhor da Justiça. É o julgador inflexível como o granito. O cumpridor inexorável da Lei do Carma. O defensor intransigente do ser injustiçado na busca da redenção espiritual.

O símbolo de XANGÔ, é a dupla machadinha que tem o nome de "edum ara", e que são confeccionadas com a pedra que é encontrada no local onde caiu o raio pelos sacerdotes do Orixá. Tais machadinhas, são depositadas no altar de XANGÔ, onde determinados preceitos são oferecidos para manutenção da força e da virilidade (são emanação do Orixá e contém o seu "Axé").

XANGÔ possui um talismã que o diferencia em poderes dos demais orixás, que é a possibilidade de lançar fogo pelas bocas e narinas, e que possibilitou, quando em vida terrena, conquistar muitas terras assustando os inimigos.

Diz a lenda africana, que XANGÔ muito bonito e conquistador possuia três mulheres: OXUM, OBÁ e OYÁ. OXUM e OBÁ, são divindades que habitam os rios, na África, que tem seus nomes. OYÁ era das três, aquela que XANGÔ respeitava porque conseguira descobrir o segredo com o qual o Orixá, lançava fogo pela boca e narinas.

O raio ou faísca flamejante que risca o espaço e com um estrondo penetra pela terra, tem na lenda africana a seguinte explicação: é que XANGÔ, usou imprudentemente o seu talismã, lançando fogo e raios sobre seu palácio matando suas mulheres e filhos e, em seguida possuido por uma enorme cólera, arrasou o solo a seus pés entrando pela terra a dentro com grande ruído (trovão). Daí a sua transformação em Orixá.

SINCRETISMO - No caso do Orixá XANGÔ, ocorreu com Santos Velhos e que representam a sabedoria e a experiência:

XANGÔ ALAFIN e DJACUTÁ: São Jerônimo (cultuado em 30 de Setembro)XANGÔ ABOMI - Santo AntônioXANGÔ AGANJÚ - São JoséXANGÔ ALUFÁ - São PedroXANGÔ AGODÔ - São João BatistaXANGÔ DE OURO - Referência com crianças e jovens

CONTAS - Em Nação: Vermelhas e Brancas. Na Umbanda: Marrom

ELEMENTO - Fogo ; Pedras

FLORES - Lírio Branco; Cravo Branco, etc

ANIMAIS - Carneiro

BEBIDAS - Água de Côco; Sumo de suas Ervas ou Frutos; Cerveja Preta, etc

COMIDAS - Rabada; Amalá; Farofa de Quiabo no dendê com cebolas, etc

DIA DE CULTO - Quarta-Feira

MINERAL - Estanho

SIGNO DO ZODÍACO - Leão

SAUDAÇÃO - KAWÔ KABIECILE ! (Chegou o Rei)

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

POSITIVAS - Quando recebem a irradiação do Orixá, ponderados, inteligentes, altivos, justos e responsáveis.

NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio com influências negativas: São mesquinhos, vaidosos em excesso, muito conservadores, teimosos, etc.

XANGÔ é um Orixá respeitado em todos os continentes por seu trabalho na manipulação de poderosas forças forças cósmicas, conduzindo o ser humano no sentido de elevar-se das sombras, aclarando o seu interior como a faísca que risca o céu espalhando luz à sua volta.

Na Umbanda, esse Orixá tem sob sua égide as falanges orientais, constituídas de entidades que trabalham principalmente em curas. São mestres, Pretos Velhos, Caboclos, Ibejadas e demais entidades espirituais que integram a Grande Falange do Bem, espalhando em todos os recantos da Terra os ensinamentos do Grande Mestre Jesus

KAWÔ KABIECILE !

Oxum

ETIMOLOGIA

Não se conhece a origem do nome OXUM, sabe-se que é a divindade do Rio Oxum, que fica nas proximidades de Ijexá e Ibeju, na Nigéria.Segundo a lenda africana foi a segunda mulher de XANGÔ, tendo antes vivido com OGUM; ORUMILÁ e OXÓSSI. É a deusa da fecundidade. Sua mãe a feiticeira IYÁMI ÀJÉ, lhe deu um grande poder relacionado com a fecundidade, conta a lenda abaixo:

Quando os Orixás chegaram à Terra, organizaram reuniões em que as mulheres não tinham participação. OXUM ficou muito aborrecida em não poder participar das reuniões e resolveu vingar-se: tornou todas as mulheres estéreis. Tudo ficou de tal maneira complicado, que tudo que eles propunham em suas atividades não dava certo. Desesperados, foram os deuses se queixar a OLODUMARÉ (Ser Superior), o qual lhes perguntou se OXUM, participava em suas reuniões, o que ela aceitou após muito empenho dos deuses. Com a presença de OXUM, o projeto dos Orixás passou a ter êxito, com sua presença tudo tornou-se fértil.

OXUM, tem o título de IYÁLODE, que em Yorubá quer dizer: a mulher mais importante que todas da cidade.
]É a divindade mais importante das águas doces e os lugares mais profundos do Rio OXUM, onde ele nasce e deságua na lagoa, são os locais de sua residência. De acordo com os locais por onde o rio passa, ela possui nomes diferentes e tem características também diferentes, por exemplo:

YÈYÉ ODÓ - É a que mora na nascente do rioÒSSUN IJÙMÚ - É a rainha das OXUNSÒSSUN AYÁLÁ - É a OXUM avó (Foi mulher de OGUM) é a feiticeiraÓSSUN ÁPARÁ - É a mais jovem; tem gênio guerreiroYÈYÉ OLOKO - É a OXUM que vive na floresta, etc

Junto à cidade de Oxogbô, nas margens do Rio Oxum todos os anos são colocados muitas oferendas para OXUM, e diz a lenda que LARO (Monarca fundador de uma dinastia), após muitas atribulações, fixou-se com seu povo nestas margens. Certo dia uma de suas filhas resolveu banhar-se no rio desaparecendo sobre as águas. Reapareceu no dia seguinte, muito bem trajada e dizendo ter sido acolhida pela divindade do rio. LARO, agradecido passou a dedicar-lhe oferendas. E os peixes, emissários de OXUM, vinham comer os alimentos que LARO jogava no rio. E o maior de todos os peixes que nadava por ali, cuspiu-lhe água que LARO, recolheu em uma cabaça e bebeu, selando assim, um pacto de aliança com o rio e estendendo as mãos o peixe saltou sobre elas, daí ter recebido o título de "ATAOJÁ", que quer dizer:" O que recebe os peixes nas mãos".

Todo ano, o ATAOJÁ, vai depositar solenemente para OXUM, os presentes às margens do rio. Tal cerimônia é precedida de uma procissão até o rio, onde uma de suas filhas carrega na cabeça, os objetos sagrados de culto da OXUM, e recebe o nome de ARUGBÁ ÒSSUN (que traduz-se por: " A que leva a cabeça de OXUM), representando a moça que outrora despareceu no rio.Tem essa incubência até atingir a puberdade, depois outra virá substituí-la. Quando nessa função, ela é uma pessoa muito respeitada e importante.

SINCRETISMO - No Brasil: Bahia - Nossa Senhora das Candeias ; Rio de Janeiro - Nossa Senhora da Conceição ; Pernambuco - Nossa Senhora dos Prazeres ; Em Cuba - Nuestra Señora de La Caridad del Cobre

CONTAS - Amarelo Ouro

DIA DA SEMANA - Sábados

ANIMAL - Cabra

COMIDA - "MULUKUN" - Feijão Fradinho, cebola, sal e camarão ; "ADUN" - Farinha de milho com mel e azeite

DANÇA - Executa uma coreografia como se estivesse banhando no rio, muito vaidosa ,agita os braços e contempla-se no espelho. Há um ritmo especial de toque de atabaques chamado de "IJEXÁ", nome de uma das localidade onde passa o Rio Oxum.

FLORES - Lírios e Flores de tonalidade amarela

BEBIDAS - Água Potável, Mel, Sumos de Frutas, etc

METAL - Cobre e Ouro

ELEMENTO - Água Doce ; Água Potável

SÍMBOLO - ABEBÉ (Leque de Ouro o Cobre)

SAUDAÇÃO - ORE YÈYÉ Ô !

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

POSITIVAS - Quando prevalece a influência do Orixá. São graciosas, elegantes, gostam de roupas vistosas, jóias e perfumes. Afetivas, maternais e caridosas.

NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio. São fúteis, não dão atenção a nada, comodistas e intrigantes.

O Orixá OXUM, é filha e é mãe, e o seu poder vibratório tem a determinação e o movimento das águas doces. É a mãe do Orixá LOGUN EDÉ - O Príncipe dos Orixás - que tem a beleza de sua mãe e o encantamento de seu pai OXÓSSI.

É a mãe querida da Umbanda, cujos filhos em súplica lhe pedem:

"BAIXAI, BAIXAI COMO A ROSA,
MARIA - NOSSA MÃE EXTREMOSA
VENHA VER OS SEUS TRABALHANDO
EM NOME DO REDENTOR
NA SUA LEI DE AMOR"

ORE YÈYÉ Ô!!!

Iemanjá

ETIMOLOGIA

Na língua Yorubá, IEMANJÁ quer dizer: Mãe das Águas ou Rainha das Águas (de toda a água existente no planeta).

Diz a lenda, que após ter sido abandonada por seus filhos: OXÓSSI e OGUM, YEMANJÁ desesperada tranformou-se no Rio Ogun (não confundir com o orixá), que fica situado na Nigéria. É lá que dizem morar IEMANJÁ.

É a senhora das grandes águas: dos oceanos de águas salgadas, rios, lagos, fontes, etc. Ela é toda água, onde tudo se originou.

Quando da formação do planeta diz o Gênesis: "...e o espírito de DEUS pairava sobre as águas". Em significativa alusão à origem da vida nos mares.

Na Biologia, entre várias teorias que pretendem explicar a origem da vida na Terra, uma das mais aceitáveis por sua colocação é a denominada " dos coacervados", ou seja, a formação inicial de uma célula primitiva (pois ainda não teria todos os componentes característicos da célula definitiva), mas possuindo um princípio vital e isto ocorreu nos oceanos. E os oceanos são o domínio da Grande Mãe.

Na África, uma lenda antiga conta que quando havia excassez de água era porque YEMANJÁ dormia. O africano então orava para acordar IEMANJÁ e no momento em que ela despertava e ao se voltar da esquerda para a direita as fontes passavam a jorrar.

Dos Orixás cuja vibratória estende-se ao elemento água, é IEMANJÁ o mais cultuado, mesmos nos locais mais afastados do litoral.

Poderíamos afirmar, sem medo de errar, que ela é a maior demonstração popular religiosa do Brasil, principalmente nas passagens de ano e no dia 02 de Fevereiro, na Bahia. É um Orixá que tem a sua crença disseminada no mundo inteiro, até mesmo entre as pessoas que não professam o culto afro. Suas lendas são milenares e universais, se espalham entre os pescadores, nos mares, grandes rios, lagos inferiores, etc.

IEMANJÁ, é representada por uma figura de sereia, isto é, metade mulher e metade peixe. É uma mulher lindíssima, muito vaidosa e possui longos cabelos que ultrapassam a linha da cintura e os quais ela adora pentear mirando-se ao espelho. Quando canta, a sua voz é tão harmoniosa, que desperta a curiosidade dos que a escutam e são atraídos para junto dela, indo parar no fundo do mar. Na Umbanda, um ponto reproduz bem a lenda:

" Eh ! Iemanjá...Eh ! Iemanjá...
Rainha das águas...Sereia do mar...
O lindo canto de Iemanjá, que faz o pescador sonhar,
Quem escuta a Mãe D´Água cantar, vai com ela pro fundo do mar"

No Brasil, de acordo com a localidade em que é cultuada, recebe cognomes diferentes, como por exemplo: Rainha do Mar; Mãe D´Água; Sereia; Yara; Mãe dos Pescadores; Mãe das Águas Salgadas; Rainha do Aiaocá; Mãe Guiomar; Janaína, etc.

Na Bahia, o povo tem muito respeito quando vai à Lagoa do Abaeté, que possui águas escuras cercada de areias brancas, dizem que lá mora Mãe Guiomar, outro cognome de IEMANJÁ.

No dia 02 de Fevereiro, na Bahia, às margens do Rio Vermelho, realiza-se uma das festas mais tradicionais do povo baiano em que é homenageada a Mãe dos Pescadores - a doce IEMANJÁ.

As pessoas trazem muitos balaios enfeitados com flores e dentro deles: perfumes, bijuterias, espelhos, pentes, bonecos, fitas e etc, que são previamente depositados em um altar erigido em louvor à Rainha do Mar. Os saveiros estão prontos para receber e conduzir os presentes para o alto mar, onde serão depositados e entregues à IEMANJÁ. E lá se vão, mar a dentro, os barcos todos enfeitados com bandeiras e flores. Após a entregua, IFÁ é consultado, e através de seus búzios IEMANJÁ, diz se aceitou ou não os presentes a ela destinados. Se a resposta é positiva, o primeiro barco a retornar é recebido com aplauso da multidão e o estourar dos foguetes. A festa estende-se por toda a noite. Nos Candomblés, os ILÚS (Atabaques) ressoam acompanhando os cânticos a ela oferecidos e os filhos de santo, se postam de joelhos enquanto que o público fica de pé em sinal de respeito superior à Sublime Mãe.

SINCRETISMO - Rio de Janeiro: Nossa Senhora da Glória; Na Bahia: Nossa Senhora dos Navegantes ; São Paulo: Nossa Senhora da Conceição

CONTAS - Cristal Branco transparente / Azul Claro

SÍMBOLO - Abebé de Prata (Leque) e Espada

DANÇA - Coreografia semelhante ao movimento das ondas do mar

DIA DA SEMANA - Sábado
FLORES - Rosas Brancas; Jasmim; Flores com tonalidade azul

FRUTAS - Melancia; Mamão, etc
COMIDAS - Canjica Branca; Manjá,; Arroz Doce com mel, etc

BEBIDAS - Água de Côco; Champanhe; Mel

ELEMENTO - Água

SAUDAÇÃO - ODÔ IYÁ !

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

POSITIVAS - Quando predomina a influência do Orixá. Os filhos são criativos, destemidos, simpáticos, de boa aparência e dedicam-se com muito amor às profissões ligadas às crianças. São maternais e se interessam por tudo ligado à perpetuação da vida.

NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio mal orientado, são insensíveis, tem medo de tudo, cruéis e muito orgulhosos.

Na Umbanda, IEMANJÁ é um Orixá muito festejado e conceituado.

Seus filhos se destacam por suas características harmônicas e racionais. Trabalham mediunicamente em descargas e desobsessão quando incorporados com os enviados deste Orixá. Irradiam calma e equilíbrio à tarefa espiritual a que se dedicam.

Seria impossível a vida na Terra, sem a vibração espiritual de IEMANJÁ.

ODÔ IYÁ !

Iansã

ETIMOLOGIA

A origem do nome "YANSÃ", se deve à seguinte lenda: OYÁ lamentava-se muito de não ter filhos. Então foi consultar um babalaô, este por sua vez, consultou os búzios, repondendo-lhe que tal situação era consequente de seus hábitos alimentares e também aconselhou-se a fazer determinadas oferendas que seriam colocadas sobre um pano vermelho. Tal pano mais tarde serviria para fazer a vestimenta dos eguns (espíritos de desencarnados). Após ter cumprido essa obrigação, OYÁ tornou-se mãe de nove filhos, o que se exprime pela frase no idioma yorubá: "YIÁ OMO MÉSSAN", que por corruptela deu - YANSÃ.

É a deusa dos ventos e das tempestades, elementos da natureza, sobre os quais ela tem o poder e o domínio. Ela representa, entre os Orixás de vibratória feminina, a astúcia, o domínio da graça e da sutileza sobre a força bruta.

As filhas de YANSÃ, quando dançam são chamadas de "Pés de Ouro", por sua coreografia repleta de beleza e ritmo.

Quando os atabaques tocam para YANSÃ, diz-se que vão "quebrar os pratos", é a forma de se refletir ao toque vibrante dedicado ao Orixá e ela responde com um grito agudo, que é a sua saudação, nesse instante o barracão (terreiro), se ilumina como se uma faísca elétrica singrasse os ares e a Deusa dos Ventos alcança sua plenitude vibratória, dirigindo essa energia em benefício de todos os presentes.

Seus símbolos rituais são a espada e o "eiru", que é uma espécie de chicote franjado e ainda os dois chifres de búfalos. Com estes instrumentos ela guerreia, luta e vence obstáculos.

YANSÃ / OYÁ, é uma das esposas de XANGÔ, juntamente com OBÁ e OXUM. Das três, é a que ele mais respeita por conhecer os seus segredos, porque é detentora de um talismã que só XANGÔ possui e que lhe confere a condição de projetar fogo em forma de faíscas. Com estes poderes, com certeza, XANGÔ não gostaria de compartilhar com outro Orixá, mas a astuta OYÁ conseguiu se apoderar de um talismã que era dele.

Exerce domínio também sobre as águas, é a divindade do Rio Niger (África).

Nas "roças" de nação, tem uma forma de apresentação chamada de "YÀNSÁN DE IGBALÉ", ligada ao culto dos mortos (egúngún), e quando dançam o fazem com os braços estendidos para frente e abertos como se expulsassem as almas errantes. Na Umbanda, é conhecida como YANSÃ DAS ALMAS, que os eguns respeitam ou quando necessário são retirados por sua ação energética. Este Orixá tem a faculdade de auxiliar os espíritos dos desencarnados, principalmente quando se trata de um membro da comunidade, guaindo-os em direção ao "ORUN" (Espaço/Céu).

É mais conhecida na África, com o cognome de OYÁ. No Brasil, YANSÃ é mais usado.

Quanto ao uso dos chifres de búfalos por YANSÃ, uma lenda que é contada no Brasil e na África, dá a seguinte explicação: o Orixá OGUM foi caçar na floresta quando percebeu que um búfalo vinha em sua direção. Apontou a lança para o animal e quando ia matá-lo, este parou subitamente e em seguida começou a despir a sua pele, daí surgindo uma linda mulher, era OYÁ / IANSÃ. Em seguida, ela escondeu a pele junto ao formigueiro e dirigiu-se ao mercado de uma cidade próxima. OGUM saiu do esconderijo, pegou a pele que OYÁ havia despido e escondeu-a em um depósito de milho, próximo de sua casa. Feito isto, foi para o mercado procurar OYÁ, e encontrando-a ali mesmo propôs casamento o que ela de pronto recusou. Mas ao voltar à floresta não mais encontrou a pele e não teve outra saída a não ser aceitar a proposta de OGUM. Então OYÁ, pediu a OGUM que em hipótese alguma, contasse a alguém que na realidade ela era um búfalo.

Viveram bem durante alguns anos e durante os quais ela teve nove filhos com OGUM, o que provocou o ciúme das outras esposas. As mulheres enciumadas acabaram descobrindo o segredo de OYÁ, e na ausência de OGUM, elas começaram, juntas, a cantar debochadamente: "MÁA JE, MÁA MU, ÀWÒRE NHE NINU AKÁ", que traduzido do Yorubá, quer dizer: "Você pode ser muito bonita, mas você é um animal".

OYÁ entendeu a alusão, transformou-se em um búfalo e matou todas as mulheres ciumentas.

Em seguida, deixou os chifre com seus filhos dizendo: "-Vou embora, mas em caso de necessidade batam um contra o outro que virei imediatamente em vosso socorro."
Por isso que nos locais e assentamentos (Pontos de Força) consagrados a OYÁ/YANSÃ, sempre existem chifres de búfalos.

SINCRETISMO - No Brasil: Santa Bárbara (Festejada em 04 de Dezembro) ; em Cuba: Nuestra Señora da La Candelária

CONTAS - De vidro Grená / Vermelha

SÍMBOLO - Espada, o chicote ou "eiru" e chifres de búfalos

ANIMAL - Cabra

FRUTAS - Maçã; Groselha; Romã; Genipapo; Pitanga; Caju; Pêssego, etc

COMIDA - Acarajé; Acarajé com Quiabos, etc

ELEMENTO: Fogo ; Ar

BEBIDA - Gengibre Ralado com água de chuva; Sumos de sua Ervas e Frutos

FLORES - Que predominam o Vermelho

DIA DA SEMANA - Quarta-Feira

SAUDAÇÃO - EPA HEY OYÁ

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)

POSITIVAS - Quando prevalece a vibração do Orixá: São distintos, audazes, determinados, desapegados. De uma maneira geral são elegantes, gostam de dançar e são sedutores.

NEGATIVAS - Quando predominam o livre arbítrio negativo: São ciumentos, fúteis, falsos, se aborrecem facilmente, têm sensualidade exagerada, etc.

Quando a natureza tem necessidade de energizar positivamente os seus elementos constituintes (terra, ar, água, etc) da mesma maneira descarregar a sua negatividade para reajustamento de seu equilíbrio, recorre a OYÁ/YANSÃ, a DEUSA DOS VENTOS E DAS TEMPESTADES.

EPA HEY OYÁ !

Nanã

ETIMOLOGIA
Os autores não dão uma tradução literal para o nome NANÃ, parece ser uma forma de deferência empregada na região de Ashanti, para as pessoas idosas e respeitáveis. Para os "fon", os "ewe" e os"guang", residentes na atualo localidade de GANA, o nome NANÃ, significa: Mãe. Ainda na África, possui vários nomes: NANÃ BURUKU - NANÃ BUKÚÚ e NANÃ BRUKUNG.

Sobre o Orixá NANÃ, diz uma toada (ponto ou prece cantada) de Umbanda;

" Se minha Mãe é Saluba...O Orixá mais velho do céu..."

É uma divindade muito antiga e tem a força da mãe natureza (tão respeitada pelos africanos).
No planeta Terra, participa com seu filho OBALUAYÊ o médico do corpo e da alma (O Grande Curador), nas grandes transformações bioquímicas da natureza.

Ela responde com o Orixá OXUMARÉ e seu filho OBALUAYÊ, pelo equilíbrio nos mundos espiritual e material.

É a mais velha esposa do Orixá OXALÁ.
É um orixá, cuja origem se perde na noite dos tempos, escapando ao conhecimento humano e só o Orixá TEMPO, seu contemporâneo, poderá informar quando surgiu. Os pesquisadores dos cultos afro dizem que nos templos a ela consagrados, cada qual dá notícias diferentes sobre sua origem.
No Abomey (África), no templo de Lisa, há várias NANÃS: NANÃ BURUKU, seria a mãe de NANÃ YABA, NANÃ HONDO, NANÃ KPAHAN, NANÃ SELI, sendo que cada uma delas apresenta características diferentes.
Na cidade de Adelê (África), NANÃ é considerada a entidade maior da criação. É muito respeitada e os fiéis de três em três anos fazem peregrinação à cidade, vêm de todas as regiões do mundo, reunem-se e são conduzidos por um sacerdote de NANÃ. É necessário que os fiéis, façam essa peregrinação para cumprir os preceitos, por três vezes seguidas.
NANÃ, quando incorpora tem a dignidade de uma senhora idosa e respeitável. Quando dança seus movimentos são lentos e penosos. Apoia-se em um bastão imaginário e que ela curvada para e o puxa para si. Em certos momentos, vira-se para o centro da roda, onde dança, com punhos fechados um sobre o outro faz um gesto como se apoiasse em um bastão para descansar.
No Brasil e em Cuba, NANÃ é mais conhecida como a Mãe de OBALUAYÊ.

SINCRETISMO - No Brasil, com Nossa Senhora Santana; Nossa Senhora do Carmo ou Santa Teresa

CONTAS - Em Nação, de vidros brancas com listras azuis ; Na Umbanda contas roxas

FILIAÇÃO - É filha de ou manifestação de ODUDUÁ, representando o poder genitor feminino

ELEMENTO - Água

SUPORTE - Barro; Lama; Água parada ; Pântano

DOMÍNIO - Morte e renascimento, fertilidade, abundância, benevolência e justiça

FLORES - Hortência; Manacá, todas de pétalas roxas

ANIMAIS - Rã; Coruja; Cabra e Galinha d´ Angola

FRUTAS - Jaca Dura, etc

BEBIDAS - Água de Côco; Vinho Rosado Seco

COMIDA - Milho Branco; Feijão - Fradinho cozido com mel; Inhame e Arroz; Peixe Cozido com
Pouco Sal; Aipim Cozido com Mel ou Dendê; Banana-da-terra crua ou cozida com mel; Pratos com quiabos sem azeite, mas bem temperados, etc

DIA DE CULTO - Segundo alguns é na Segunda-Feira, junto com seu filho OBALUAYÊ, e outros no sábado, junto com as demais divindades das águas

MINÉRIO - Estanho e Ferro

CRISTAL - Ametista

NÚMERO CABALÍSTICO - 2 e seus múltiplos

SIGNO DO ZODÍACO - Câncer

SAUDAÇÃO - SALUBA NANÃ !

INFLUÊNCIA SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPOS)

POSITIVAS: Quando recebem as vibrações diretas do Orixá são gentis, benevolentes, calmas. Não tem pressa, tem a eternidade a sua frente, mas são objetivas.
Gostam de crianças, com as quais se comportam com a indulgência das avós, educando-as com mansidão e doçura. Suas decisões são bem equilibradas e seguem o caminho da sabedoria e da justiça. Se interessam pelo cumprimento de promessas e contratos. Porém, têm receio de amar e tendem a se proteger, com medo do abandono e do sofrimento.

NEGATIVOS: Quando prevalece o livre arbítrio com influências negativas, são intransigentes, conservadoras, estúpidas e preguiçosas.

Na Umbanda, é a avó. Muito festejada no dia 26 de Julho, consagrado a Nossa Senhora Santana.

É o Orixá da riqueza, das grandes transformações na natureza, do equilíbrio físico-químico do planeta, que tem sob seu domínio o desencarne, o renascimento e a terra que alimenta o nosso corpo físico e depois o recolhe em seu seio. É DUAS VEZES MÃE !

SALUBA NANÃ !

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Obaluayê/Omulu

ETIMOLOGIA

Em Yorubá, o nome OBALUAYÊ, significa o REI DA TERRA, de OBA que quer dizer: REI e AYÊ que se traduz como: TERRA.

É um Orixá que está estritamente ligado à terra, seu elemento vibratório fundamental, da mesma forma que sua mãe NANÃ, está intimamente relacionada com as regiões pantanosas.

Os Yorubanos também designam este Orixá como XAPANAN, a divindade responsável pelas epidemias de peste (a varíola, a anseníase, etc), o que provavelmente seria um efeito cármico. É o médico responsável pela saúde de todos. Possui o poder de cura sobre doenças altamente contagiosas principalmente as que afloram na superfície do corpo, as chamadas "doenças de pele", sua capacidade de modificar o estado mórbido destas doenças é surpreendente. A população pobre se vale de OMULU, para curar suas mazelas.


OMULU é o mesmo Orixá que também recebe o nome de OBALUAYÊ, o primeiro representa a fase anciã e o segundo a fase jovem.


OMULU o Velho, como é chamado pelo povo da Bahia, quando dança, o faz curvado para frente, como se estivesse extrema dificuldade face à sua idade. O tratamento "O Velho", é uma forma carinhosa de identificação que seus filhos costumam usar. Já na fase jovem, como OBALUAYÊ, quando dança o faz agilmente, deixando transparecer na sua coreografia a agressividade energética característica da juventude.


OMULU apresenta-se vestido de palha-da-costa, inteiramente, inclusive com a cabeça coberta para encobrir cicatrizes sobre os olhos produzidos pela "lepra". Traz nas mãos uma vara confeccionada com nervuras de palmas e coquinhos, chamada : xaxará.


DIA DA SEMANA: Segunda-Feira
CONTAS: Pretas e Brancas, ás vezes, vermelhas e pretas.
SÍMBOLO: A Lança
DANÇA: como OMULU, lentamente e agilmente como OBALUAYÊ
COMIDA: Pipoca; Mocotó; Gengibre Ralado; etc
BEBIDA: Sumos extraídos de suas ervas ; Vinho Tinto
FRUTAS: Jaca; Abacaxi; Genipapo; Abacate; etc
FLORES: Cravos Vermelhos
SAUDAÇÃO: ATOTÔ OBALUAYÊ
SINCRETISMO: OMULU - São Lázaro e OBALUAYÊ - São Roque


É frequente ouvir-se dizer por umbandistas e pessoas iniciadas em Nação, que OMULU é o "Dono do Cemitério", o que não é verdade, e segundo Tancredo da Silva Pinto, quem atua nos cemitérios são as falanges de Exu , que trabalha no nível vibratório sob a responsabilidade do Orixá.


Outro autor, Cavalcanti Bandeira, assim se refere a essa divindade: " Na Umbanda, o Orixá OMULU, por ser uma divindade ligada à Terra (Planeta), que procede à purificação material dos corpos, através de suas vibrações especiais que ajudam a despir o envoltório grosseiro do físico sujeito às vicissitudes e à morte. Encaminha as almas das pessoas recém falecidas e delas absorvem os fluídos que se evolam da matéria, daí sua ligação aos cemitérios onde se condensam as vibrações deste gênero, como também nos cruzeiros locais".


Tem esse orixá a importante tarefa no despreendimento do espírito, na libertação do seu corpo carnal. No momento do desenlace, o que comumente chamamos de "MORTE", há o desligamento do cordão fluídico (o que os Indus chamam de "Cordão de Prata"), que estabelece a ligação entre o corpo material e o astral, tal desligamento se processa sob a atuação de OMULU. É uma divindade que não exige o sacrifício de animais, porque trabalha com o material fluídico que emana da matéria orgânica em decomposição. Absorvendo essas irradiações, atua como catalizador nas transformações de energias restabelecendo o equilíbrio orgânico tão necessário à manutenção da vida no orbe terrestre. Milhares de anos antes do aparecimento de Lavoisier, e do enunciado da Lei das Tranformações Universais, como foi denominado "Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma", quando do encadeamento das forças de formação da Terra, a dinâmica das transformações já ocorriam sob sua responsabilidade.

Dizem desse Orixá, os que têm condições de vê-lo, que ao visitarem um doente em estado grave, se ele ou seu enviado, se posiciona junto à cabeceira ou aos pés do doente, esta posição determina o desenlace ou não do referido paciente.



OMULU / OBALUAYÊ é um Orixá que protege seus filhos e não possui o caráter vingativo que lhe atribuem.


É um Orixá muito respeitado por seus filhos.
É muito comum na Bahia, às vezes aqui no Rio de Janeiro, às Segundas-Feiras, observa-se filhas de santo do Orixá, todas vestidas de branco com um tabuleiro de madeira na cabeça, distribuindo pipocas, chamadas de flores de OBALUAYÊ, feitas de milho torrado com azeite. É uma forma de agradecimento ao Orixá por um favor recebido e pedem esmola numa atitude de despojamento pessoal.

INFLUÊNCIA SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)


POSITIVAS: Quando atua a vibratória direta do Orixá, são amigos, bondosos, possuem grande capacidade de adaptação e compreensão.
NEGATIVAS: Quando predomina a vontade individual (Livre Arbítrio), neste caso se tornam maldosos, indolentes, exageradamente vaidosos e cheios de manias.

Entre esse Orixá e seus filhos há uma relação muito estreita de confiança absoluta que surge ao momento da iniciação e acompanha os mesmos, por toda a vida terrena.

ATOTÔ OBALUAYÊ !

O Poder das Ervas na Umbanda

Na Umbanda, a influência vegetalista é provavelmente herdada de práticas indígenas, afro-ameríndias mais propriamente. As Ervas detém grande quantidade de AXÉ ( Energia mágico-universal, sagrada e positiva), que bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da Aura e produzem Energia Positiva.

BANHO DE ERVAS

Os banhos de ervas já eram usados pelos povos antigos com as mais variadas finalidades.

Têm dois objetivos principais:

Para eliminar vibrações negativas: banhos de descarga
Para adquirir vibrações positivas: banhos de fixação

O banho de descarga tem por finalidade a "Limpeza Astral" das larvas oriundas da baixa magia e atrações negativas e mesmo influenciadas por espíritos obsessores, cuja precipitação de fluídos se chamam " Aura a Aura" repelindo-os.

O banho de fixação serve para vitalizar, fixar e precipitar os próprios fluídos à mediunidade ativa no Corpo Astral, afins às entidades atuantes e incorporantes.

O banho de descarga deve ser tomado do pescoço para baixo, nunca se molhando a cabeça: o de fixação de vibrações, no corpo inteiro, inclusive a cabeça.

Após o banho, o corpo não deve ser enxuto para maior captação ou eliminação. Deve-se usar roupa totalmente limpa após esses banhos.

As ervas usadas devem ser juntadas e jogadas fora do local do banho, de preferência em lugares de água corrente, rios ou mar.

As ervas, no seu preparo, não devem ser cozidas. O fogo deve ser desligado quando a água atingir o estado de ebulição. Juntam-se as ervas, abafando-se o recipiente, para depois serem usadas com o máximo de suas propriedades. As ervas também podem ser maceradas.

AS ERVAS DOS ORIXÁS

Abaixo estão relacionadas as ervas mais conhecidas e usadas na Umbanda para banhos e outras finalidades.

Oxalá - Boldo ou Tapete de Oxalá; Saião ou Folha da Costa ; Manjericão ou Alfavaca Branca; Sândalo; Patchuli; Colônia; Alfazema; Algodoeiro; Capim Limão; Girassol; Maracujá; Jasmim; Erva Cidreira. entre outras.

Xangô - Levante ou Elevante; Quebra-Pedra; Fortuna ; Erva Lírio; Pata de Vaca; Pára-Raio; Gervão Roxo; Manjericão Branco; Erva de Santa Maria; Malva Branca; Sucupira; Limoeiro; Café; Alecrim do Mato, entre outras.

Ogum - Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda; Comigo-Ningém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira; Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, entre outras.

Obaluaiê (Omulu) - Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Alevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, entre outras.
Yemanjá - Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poeijo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, entre outras.

Oxóssi - Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capim Limão; Violeta, entre outras.

Nanã - Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Beringela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, entre outras.

Oxum - Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Vitória-Régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, entre outras.

Yansã - Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azogue; Alfazema de Caboclo, entre outras.

Ibeji - Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, entre outras.

Exú - Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Bambu, entre outras.

ERVAS PARA AFASTAR MAUS ESPÍRITOS

São usadas para fazer Sacudimentos de Pessoas e Ambientes como: Losna; Cipó; Comigo-Ninguém-Pode; Fumo; Alho; Crisântemo; Bananeira; Abre-Caminhos; Espada de São Jorge; Pinhão Roxo; Guiné; Mamona, entre outras.

ERVAS PARA AMULETO

Usadas com a finalidade de Proteção e Segurança, são as seguintes: Alfavaca ou Manjericão; Guiné; Arruda; Indirí; Alecrim; Canela Preta; Espada de São Jorge, entre outras.

ERVAS CONTRA FEITIÇOS
Betônica; Briônia, entre outras

ERVAS PARA TRABALHO
Tais como Imantação de Otás, Materiais de Culto, para o ORI, são elas: Obi; Orobô; Urucum; Dandá; Erva de Passarinho; Pimenta; Bejerecum; Bálsamo de Tolu; Choupo; Amansa-Besta; Canela; Aridam, entre outras


Extraído do sítio da Tenda Espírita Fraternidade da Luz

www.tefl.com.br

A Psicologia e a Umbanda

Como psicólogo não posso deixar de perceber como a personalidade do médium vai sendo moldada com o desenvolvimento das incorporações, como sutilmente vai modificando o interno do médium com o decorrer do tempo. Muitos já me perguntaram por que na Umbanda não tem um trabalho de preparo íntimo para os médiuns, porque os dirigentes simplesmente desenvolvem os médiuns e não preparam seus íntimos.

Penso que os dirigentes deveriam desenvolver um trabalho de desenvolvimento interior dos médiuns, com raras exceções, a maioria dos terreiros não há uma preocupação em desenvolver um trabalho específico para a melhoria do íntimo dos médiuns. Mas ao refletir sobre o assunto percebi que este trabalho é realizado de forma silenciosa pelos guias espirituais.

A reforma íntima do médium acontece na incorporação e nos contatos com os guias. A possibilidade de trabalhar várias linhas diferentes, permite ao médium a possibilidade de incorporar à personalidade o princípio do arquétipo que rege a linha.

Assim ao incorporar um preto velho ou preta velha, o médium vai desenvolvendo em si a paciência, a bondade, o carinho, a empatia, o amor, a compreensão ao outro. Se estas características já eram uma tônica no seu ser, então aprimora ainda mais estas qualidades, trazendo a tona uma energia amorosa, que flui naturalmente em si, permitindo que as qualidades do guia possam fluir naturalmente. Quando estas qualidades não estão desenvolvidas o guia vai aos poucos incutindo no médium estas qualidades até que possa fluir naturalmente. A consciência destas possibilidades de aprimoramento, pode facilitar a entrega do médium ao seu preto velho ou preta velha, mais o seu chacra cardíaco vai se abrindo permitindo uma intensa luminosidade no seu ser.

Ao incorporar um caboclo ou cabocla, o médium aprende a ordem, a disciplina, o ritual, a eficiência do trabalho, a priorizar o que é importante, a trabalhar com ervas, com os vegetais, com as pedras, a quebrar demandas, sempre sem falar muito, somente o necessário, sem querer aparecer, trazendo uma força grande em si, aprende a conhecer o seu próprio poder, a força que possui. O arquétipo dos caboclos e das caboclas é o do poder da luz, no auxílio ao humano, aos espíritos em evolução, e saber que tem força interna, suficiente para suportar as provações que certamente o médium passará, assim cada caboclo vai aos poucos moldando a energia do seu médium, tornando o disciplinado, atento a ritualística, ao companheirismo aos seus irmãos que sofrem, e suportando em si muitas vezes as dores do outro. Aprende a resignação quando recebe os ataques em decorrência do seu trabalho mediúnico, aprende que ao suportar as aflições sem reclamar dos guias, está fortalecendo seu íntimo, criando uma estrutura psíquica forte em si com capacidade, de relacionar com os adventos da vida de forma harmoniosa.

Os baianos trazem a descontração, o aprendizado de como trabalhar as adversidades, a alegria, a flexibilidade, a magia, a brincadeira sadia. Assim médiuns que são introspectivos, quando incorporados em seu baiano ou baiana, soltam-se liberando sua alegria interna, a descontração. Outros, já são descontraídos por natureza, e desenvolvem outras qualidades junto com seu baiano, como a flexibilidade diante das situações, como amparar o irmão com alegria, trazer a alegria para o próximo. Transmutando a tristeza do outro transmitindo alegria e esperança.

Os ciganos também aprimoram seus médiuns, trazendo a suavidade, a beleza, o encantamento, o envolvimento, a intuição, a paixão pela vida, pelo belo, pela música, a cura.


Os marinheiros permitem aos médiuns, desenvolverem o equílibrio emocional, entrar em contato com as emoções mais íntimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios.
Desenvolvendo no médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso aprimorando as relações com o seu irmão.

Os boiadeiros trazem para o médium a força necessária para caminhar no mundo, para lidar com as adversidades da vida, fortalecendo-o diante do mundo, mostrando que a luta sincera, o bom combate, leva a luz.

A linha do grande oriente, onde incorporam guias orientais, hindus, mulçumanos, chineses, entre outros, estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo. Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso.

Exú e Pomba-gira, trazem a tona a sombra do médium, aquilo que necessita ser trabalhado e está escondido no seu ser. A ganância, a soberbia, a ira, o ciúme, os medos indizíveis, o orgulho, o perfeccionismo entre outras coisas. Exú tem a capacidade de espelhar o que está no íntimo do médium, mostrando o que está no seu interior. E só perceber como seu Exú ou Pomba-gira e terá uma pista do que traz no seu íntimo. O trabalho com a própria sombra é facilitado com a incorporação dos Exús e Pomba-giras. Assim quando o médium diz: meu Exú é galanteador, é importante o médium ver o quanto traz de Don Juan. Quando a Pomba-gira é indisciplinada, o quanto o médium tem de rebeldia não trabalhada. Exús orgulhosos, médiuns necessitando trabalhar a soberbia, Pomba-giras vaidosas em excesso, médiuns necessitando trabalhar a vaidade.

Muitas vezes também Exú e Pomba-gira espelham qualidades íntimas dos médiuns, tais como: Exús eruditos, médiuns que buscam o conhecimento, Pomba-gira trabalhadora, médium esforçada, Exús guerreiros, médiuns batalhadores e assim por diante as qualidades e defeitos dos médiuns são espelhadas por Exú e Pomba-gira. Aprendem com eles o médium que tiver coragem de se olhar sem medo, e perguntar o que seu guia de esquerda traz que desagrada, sem medo, pois Exú está ai pra isso mesmo, mostrar o que não queremos esconder, trazer a tona aquilo que precisa ser trabalhado.

João Antônio de Souza
Psicólogo

No culto à prece


“E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavamreunidos e todos ficaram cheios do Espírito Santo” (ATOS, 4:31.)


TODOS LANÇAMOS, EM TORNO DE NÓS, FORÇAS CRIATIVAS OU DESTRUTIVAS, AGRADÁVEIS OU DESAGRADÁVEIS AO CÍRCULO PESSOAL EM QUE NOS MOVIMENTAMOS.


A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.A aranha respira no centro das próprias teias. A abelha pode viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria colméia.


ASSIM TAMBÉM O HOMEM VIVE NO SEIO DAS CRIAÇÕES MENTAIS A QUE DÁ ORIGEM.

Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.


COMO PENSAS, VIVERÁS ! NOSSA VIDA ÍNTIMA - NOSSO LUGAR !


A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com as nossas concepções.

Recolhe-te e enxergarás o limite de tudo o que te cerca. Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.

Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da ORAÇÃO, que pede LUZ, AMOR e VERDADE.

A PRECE, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.


Narram os ATOS que, havendo os Apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o Espírito.


NÃO OLVIDES, POIS, QUE O CULTO À PRECE É MARCHA DECISIVA. A ORAÇÃO RENOVAR-TE-Á PARA A OBRA DO SENHOR, DIA A DIA, SEM QUE TU MESMO POSSAS PERCEBER.








EMMANUEL





Livro: FONTE VIVA


Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Com caridade

Ainda existe muita gente que não entende outra caridade, além daquela que se veste de trajes humildes aos sábados ou domingos para repartir algum pão com os desfavorecidos da sorte, que aguardam calamidades públicas para manifestar-se ou que lança apelos comovedores nos cartazes da imprensa.

Não podemos discutir as intenções louváveis desse ou daquele grupo de pessoas; contudo, cabe-nos reconhecer que o Dom sublime é de sublime extensão. Paulo indica que a caridade, expressando amor cristão, deve abranger todas as manifestações de nossa vida.

Estender a mão e distribuir reconforto é iniciar a execução da virtude excelsa. Todas as potências do espírito, no entanto, devem ajustar-se ao preceito divino, porque há caridade em falar e ouvir, impedir e favorecer, esquecer e recordar. Tempo virá em que a boca, os ouvidos e os pés serão aliados das mãos fraternas, nos serviços do bem supremo.

Cada pessoa, como cada coisa, necessita da contribuição da bondade, de modo particular. Homens que dirigem ou que obedecem reclamam-lhe o concurso santo, a fim de que sejam esclarecidos no departamento da casa de DEUS, em que se encontram. Sem amor sublimado, haverá sempre obscuridade, gerando complicações. Desempenha tuas mínimas tarefas com caridade, desde agora. Senão encontras retribuição espiritual no domínio do entendimento no sentido imediato, sabes que o Pai acompanha todos os filhos devotadamente. Há pedras e espinheiros?
Fixa-te em Jesus e passa.

Emmanuel
Do livro "Pão Nosso", psicografado por Francisco Cândido Xavier.

A Água Fluída

Meu amigo, quando Jesus se referiu ao copo de água fria, em seu nome, não se reportava apenas a compaixão rotineira que sacia a sede comum. Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais profundos. A água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura em que a meditação do céu pode ser impressa através de recursos substanciais de assistência ao corpo e a alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.

A prece intercessória e o pensamento de bondade apresentam irradiações de nossas melhores energias. A criatura que ora ou medita, exterioriza poderes, emanações e fluídos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar, e a linfa potável recebe-nos a influênciação, de modo claro, condensando linhas de força magnética e princípios elétricos que aliviam e sustentam, ajudam e curam.

A fonte que procede do coração da Terra e a rogativa que flui do imo d’alma, quando se unem na difusão do bem, opera milagres.

O espírito que se eleva na direção do Céu é antena viva captando potenciais da natureza superior, podendo distribuí-las a benefício de todos os que lhe seguem a marcha.

Ninguém existe órfão de semelhante amparo.

Para auxiliar a outrem e a si mesmo bastam a boa vontade e a confiança positiva.

Reconheçamos, pois, que o Mestre, quando se referiu a água simples, doada em nome de sua memória, reportava-se ao valor da providência a benefício da carne e do espírito, sempre que estacione através das zonas enfermiças.

Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, solução de tuas necessidades fisiopsíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia.

O orvalho do Plano divino magnetizará o líquido, com raios de bênçãos, e estará então consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.

Emmanuel

(Chico Xavier)