terça-feira, 11 de setembro de 2007

Obaluayê/Omulu

ETIMOLOGIA

Em Yorubá, o nome OBALUAYÊ, significa o REI DA TERRA, de OBA que quer dizer: REI e AYÊ que se traduz como: TERRA.

É um Orixá que está estritamente ligado à terra, seu elemento vibratório fundamental, da mesma forma que sua mãe NANÃ, está intimamente relacionada com as regiões pantanosas.

Os Yorubanos também designam este Orixá como XAPANAN, a divindade responsável pelas epidemias de peste (a varíola, a anseníase, etc), o que provavelmente seria um efeito cármico. É o médico responsável pela saúde de todos. Possui o poder de cura sobre doenças altamente contagiosas principalmente as que afloram na superfície do corpo, as chamadas "doenças de pele", sua capacidade de modificar o estado mórbido destas doenças é surpreendente. A população pobre se vale de OMULU, para curar suas mazelas.


OMULU é o mesmo Orixá que também recebe o nome de OBALUAYÊ, o primeiro representa a fase anciã e o segundo a fase jovem.


OMULU o Velho, como é chamado pelo povo da Bahia, quando dança, o faz curvado para frente, como se estivesse extrema dificuldade face à sua idade. O tratamento "O Velho", é uma forma carinhosa de identificação que seus filhos costumam usar. Já na fase jovem, como OBALUAYÊ, quando dança o faz agilmente, deixando transparecer na sua coreografia a agressividade energética característica da juventude.


OMULU apresenta-se vestido de palha-da-costa, inteiramente, inclusive com a cabeça coberta para encobrir cicatrizes sobre os olhos produzidos pela "lepra". Traz nas mãos uma vara confeccionada com nervuras de palmas e coquinhos, chamada : xaxará.


DIA DA SEMANA: Segunda-Feira
CONTAS: Pretas e Brancas, ás vezes, vermelhas e pretas.
SÍMBOLO: A Lança
DANÇA: como OMULU, lentamente e agilmente como OBALUAYÊ
COMIDA: Pipoca; Mocotó; Gengibre Ralado; etc
BEBIDA: Sumos extraídos de suas ervas ; Vinho Tinto
FRUTAS: Jaca; Abacaxi; Genipapo; Abacate; etc
FLORES: Cravos Vermelhos
SAUDAÇÃO: ATOTÔ OBALUAYÊ
SINCRETISMO: OMULU - São Lázaro e OBALUAYÊ - São Roque


É frequente ouvir-se dizer por umbandistas e pessoas iniciadas em Nação, que OMULU é o "Dono do Cemitério", o que não é verdade, e segundo Tancredo da Silva Pinto, quem atua nos cemitérios são as falanges de Exu , que trabalha no nível vibratório sob a responsabilidade do Orixá.


Outro autor, Cavalcanti Bandeira, assim se refere a essa divindade: " Na Umbanda, o Orixá OMULU, por ser uma divindade ligada à Terra (Planeta), que procede à purificação material dos corpos, através de suas vibrações especiais que ajudam a despir o envoltório grosseiro do físico sujeito às vicissitudes e à morte. Encaminha as almas das pessoas recém falecidas e delas absorvem os fluídos que se evolam da matéria, daí sua ligação aos cemitérios onde se condensam as vibrações deste gênero, como também nos cruzeiros locais".


Tem esse orixá a importante tarefa no despreendimento do espírito, na libertação do seu corpo carnal. No momento do desenlace, o que comumente chamamos de "MORTE", há o desligamento do cordão fluídico (o que os Indus chamam de "Cordão de Prata"), que estabelece a ligação entre o corpo material e o astral, tal desligamento se processa sob a atuação de OMULU. É uma divindade que não exige o sacrifício de animais, porque trabalha com o material fluídico que emana da matéria orgânica em decomposição. Absorvendo essas irradiações, atua como catalizador nas transformações de energias restabelecendo o equilíbrio orgânico tão necessário à manutenção da vida no orbe terrestre. Milhares de anos antes do aparecimento de Lavoisier, e do enunciado da Lei das Tranformações Universais, como foi denominado "Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma", quando do encadeamento das forças de formação da Terra, a dinâmica das transformações já ocorriam sob sua responsabilidade.

Dizem desse Orixá, os que têm condições de vê-lo, que ao visitarem um doente em estado grave, se ele ou seu enviado, se posiciona junto à cabeceira ou aos pés do doente, esta posição determina o desenlace ou não do referido paciente.



OMULU / OBALUAYÊ é um Orixá que protege seus filhos e não possui o caráter vingativo que lhe atribuem.


É um Orixá muito respeitado por seus filhos.
É muito comum na Bahia, às vezes aqui no Rio de Janeiro, às Segundas-Feiras, observa-se filhas de santo do Orixá, todas vestidas de branco com um tabuleiro de madeira na cabeça, distribuindo pipocas, chamadas de flores de OBALUAYÊ, feitas de milho torrado com azeite. É uma forma de agradecimento ao Orixá por um favor recebido e pedem esmola numa atitude de despojamento pessoal.

INFLUÊNCIA SOBRE SEUS FILHOS (ARQUETIPO)


POSITIVAS: Quando atua a vibratória direta do Orixá, são amigos, bondosos, possuem grande capacidade de adaptação e compreensão.
NEGATIVAS: Quando predomina a vontade individual (Livre Arbítrio), neste caso se tornam maldosos, indolentes, exageradamente vaidosos e cheios de manias.

Entre esse Orixá e seus filhos há uma relação muito estreita de confiança absoluta que surge ao momento da iniciação e acompanha os mesmos, por toda a vida terrena.

ATOTÔ OBALUAYÊ !

Nenhum comentário: